Qual o segredo da longevidade e de uma
vida saudável?
Assim como cachorros
que tem expectativa de vida entre 10-13 anos, e gatos de 2-16 anos, o ser
humano possui um limiar de tempo. A expectativa de vida da população mundial atual
é de 79 anos. O Brasil possui expectativa de 75 anos. Uma curiosidade é que os japoneses
mesmo tendo a sua área territorial menor do que o estado da Bahia, é mais
populoso que o Brasil e possui uma das maiores expectativas de vida, que está
na casa dos 83 anos. Para algumas pessoas a longevidade pode ser prazerosa,
todavia para outros, uma vida de cansaço e perturbação. Apesar de ter histórias
sobre um indonésio que se chama Mbah Gotho que viveu 146 anos, e do chinês Li Ching-Yuen
que pasmem, dizem ter vivido 250 anos, a pessoa com a maior longevidade já registrada
no planeta e reconhecida pelo Guinnes Book, foi a francesa Jeanne
Calment, que viveu 122 anos e 164 dias. Ela morreu em 1997. Quando
era criança, ela chegou a se encontrar com o pintor Vincent Van Gogh.
Li Ching-Yuen teria
vivido entre 1678 a 1928. Além de possuir uma dieta vegetariana, Ching-Yuen foi
uma pessoa bastante desprendida, que doava os próprios bens a quem tinha mais
necessidade. Por esse motivo e também por ter um temperamento sereno, era
considerado uma pessoa de companhia agradável por todos. Ele bebia bastante
chá, ao qual posteriormente cientistas descobriram que se trata de uma planta
conhecida como Goji, que contém uma vitamina diferente, chamada de X. Vitamina
que aparenta ter propriedades medicinais fortes e muito positivas, como a
inibição do acúmulo de gordura no organismo, a renovação de células do fígado e
o controle dos níveis de glicose e colesterol no sangue. Em vista que, essa
substância faz bem às células cerebrais e remove toxinas presentes no
organismo.
Figura 1 Foto de Ching-Yuen um ano antes de sua morte em
1927.
Fonte da imagem: Reprodução/TheEpochTimes
Muitos não se
preocupam se irão viver muito ou pouco, todavia não há que se negar que todos pretendem
ter uma vida saudável, livre de doenças, cheios de energia, com um cérebro ativo,
com boa oxigenação, e podendo exercerem o que gostam, sem que o seu corpo o
limite para isso, devido a questões de doenças.
O estilo de vida que
uma pessoa leva irá influenciar diretamente na qualidade de vida que a mesma
obterá. Assim como um carro precisa de manutenção preventiva e só funciona com
o combustível adequado ao qual foi fabricado para funcionar, assim também é o
ser humano. Precisamos entender como o nosso corpo trabalha e o que é combustível
confiável para ele, e o que vem a ser nocivo ao entrar pela nossa boca.
Pesquisadores de
Loma Linda University, na Califórnia-USA, descobriram novas evidencias de que
uma dieta vegetariana pode ser benéfica a saúde. A pesquisa durou quase 6 anos,
a qual 70 mil voluntários de ambos os sexos participaram. Todos eram
adventistas. O estudo saiu no Journal of the American Medical Association,
revelando que os vegetarianos possuem uma expectativa de vida superior aos onívoros,
isso é, aqueles que consomem carne. Durante o período da pesquisa foram
registrados a morte de apenas 2,570 pessoas, o que indica que os vegetarianos
têm um risco 12% menor de vir a óbito. Além de viver melhor e com mais saúde, a
expectativa de vida da cidade de Loma linda é 10 anos superior que a dos Norte
Americanos, que é de 78 anos.
A cidade grande possui
um nível de estresse muito alto, barulho de buzina, horas de desgaste físico e
mental no trânsito. A aceleração por resultados no trabalho de maneira eficaz,
poucas horas de sono, fast foods, industrializados, frituras e
enlatados, essa é uma combinação natural na vida do brasileiro, caracterizando
um possível estresse. Os hormônios cortisol, adrenalina e noradrenalina,
liberados nesse processo de aceleração sem freio, reduzem o calibre dos vasos
e, em longo prazo, potencializa o risco de hipertensão e arritmias cardíacas. O
desgaste mental é pior que o físico.
Os hunza, uma tribo
que vive no vale do Rio Hunza, no Himalaia, na região de Gilgit-Baltistan no
Paquistão, possui aspectos peculiares, em que a centenaridade de seu povo é
regra e não exceção. Os hunza passam facilmente dos 90 anos, e é
extremamente raro ficarem doentes. Até depois dos 80 praticam esportes, as
mulheres com mais de 40 anos têm aparência de 20. Se alimentam a base de frutas
e verduras cruas, e no inverno consomem damascos secos, grãos germinados e
queijo de ovelha. É dito também que as mulheres têm filhos com mais de 65 anos
e os homens são viris até mesmo com 100 anos. Os habitantes ganharam fama por
serem um povo feliz, simpático, sempre alegre e ativo. Muitas pessoas vivem
tranquilamente com mais de 110 anos de idade, alguns chegam até mais de 120 (com
a observação mais importante e mais interessante dessa matéria), sem
apresentarem doenças graves ou algum problema sério de saúde.
Figura 2 Mulher Hunza. Photography by Seth Lazar
Um médico escocês
chamado Robert McCarrison, esteve no Vale nos anos de 1920 e conviveu entre
eles por 7 anos. Concluiu que grande parte dos seus segredos está na pratica de
exercícios, e em uma dieta equilibrada: 1900 calorias, incluindo gordura,
carboidrato e proteína. O médico cita que:
‘‘Grande parte de nossos problemas nutricionais surgem de nossa resistência em comer alimentos saudáveis. Nossa preferência para carnes e alimentos industrializados cria problemas nutricionais que não podem ser resolvidos de outra forma’’.
O que ao certo eles
comem? Grãos integrais, trigo, trigo mourisco, cevada, batatas, ervilha, vagem,
abobora, espinafre, alface, pêssego, pera, maça, damasco, amoras, cereja e pouquíssima
carne animal e em situações esporádicas. Também consomem um pão de fabricação própria,
100% orgânico sem vitaminas sintéticas (produzidas em laboratórios). Todos
também consomem iogurte. Vizinhos que compartilham a mesma condição climática,
mas que não possuem a mesma alimentação e costumes, possuem expectativa de vida
bem inferiores aos hunza. Um outro segredo também é que o ar das montanhas em
que vivem é extremamente puro.
Figura 3 Mulher Hunza. Foto: Jenny Downing
Figura 4 Vale de Hunza Foto: Joseph Bautista
Nos tempos atuais e
com a aproximação da civilização moderna ocidental, seus hábitos e alimentação
mudaram, diminuindo significativamente a sua qualidade e expectativa de vida.
Nos dias atuais não possuem essa longevidade que em um passado distante era
natural, todavia alguns dos mais velhos ainda guardam os antigos costumes.
Em meados dos anos
70, dois cirurgiões dinamarqueses, Hans Olaf Bang e Jorn Dyerberg, publicaram
um estudo baseado em sua visita ao norte da Groenlândia, no Círculo Polar
Ártico. Segundo esses dois a dieta do povo daquele lugar, os esquimós inuítes, é
baseada em peixes, gorduras de baleia, focas, salmão, aves, caribus,
boi-almiscarado, raposa e urso polar, ao qual ajudaria na prevenção de doenças coronárias.
Eles concluíram isso devido a uma observação dos baixos índices de doenças cardíacas
apresentada, tal qual os remotos óbitos em decorrência do mesmo em moradores da
região.
Com esse resultado
em mãos, a venda de suplementos a base de óleo de peixe, e o consumo do animal
cresceu exacerbadamente. Todavia uma publicação feita no conceituado jornal Huffington
Post,[1] o
médico-cirurgião Dr. Neal Barnard mostra uma gama de estudos de que não
conseguiram demonstrar a capacidade do óleo de peixe em prevenir doenças do
coração ao longo dos anos. Segundo o artigo doenças coronárias fazem parte da
vida dos esquimós, de maneira bastante comum, até mais do que em outras
civilizações. Do contrário ao que dizem, a expectativas desses nativos é 10
anos menor do que outros povos. Pesquisadores do University of Ottawa
Heart Institute, retornaram aos estudos para entender porque esse
caso em questão, que os dinamarqueses pesquisaram, divergem tanto da maioria
dos demais casos pesquisados, o porquê de esse ter sido um ponto fora da curva,
e também para saber quais foram os métodos de pesquisa utilizados por eles. Para
surpresa dos canadenses, ao invés de pesquisar diretamente a população esquimó,
Hans e Jorn analisaram dados de óbitos e registros de entrada em hospitais. Em
áreas afastadas como as onde vivem os esquimós, estes dados estão longe de
mostrarem resultados confiáveis. Portanto a ideia de que o consume de peixe e
outros animais que é de costume dos esquimós são benéficos a saúde, se dá em
boa parte através de um estudo falho que foi creditado por profissionais da saúde
por mais de 30 anos, tornando a ideologia popular, aceitável, e totalmente
difundida como indispensável na dieta e no crescimento dos seres humanos. Os esquimós
de fato atravessaram o estreito de Bering em tempos extremamente remotos, ao
qual fica entre Vladivostok na Rússia e Alasca. Eles têm em seu Dna a descendência
dos povos do Leste Asiático (Japão, China, Coreia, Mongólia dentre outros), Ásia
Central (Cazaquistão, Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e o Quirquistão),
e também dos nativos Norte Americanos.
Figura 5 © Photographerlondon/Dreamstime.com
Os moradores da ilha
de Okinawa no Japão conseguem ter uma expectativa de vida muito elevada. Existem
um número expressivo de idosos acima dos 100 anos. Mais interessante que a
longevidade é que os moradores deste arquipélago subtropical apreciam anos
livres de qualquer doença. Okinawanos tem um quinto da doença cardíaca, um
quarto do câncer de mama e de próstata, e um terço a menos de demência do que
os americanos, diz Craig Willcox do Estudo de Centenários de Okinawa.”[2] Suas
dietas são pobres em sal, rica em frutas e vegetais,
e contêm muita fibra e antioxidantes que protegem contra as
principais doenças do Ocidente, incluindo ataques cardíacos, câncer e doenças
neurodegenerativas como Parkinson, Alzheimer entre outras. Fator impar
entre o Okinawanos é uma pratica chamada hara hachi bu, o que significa
“comer até estar 80% satisfeito“. Outro fator importantíssimo
para a saúde física e mental, além de não absorver magoas, raiva, melancolia,
tristeza dentre outro, como é o caso dos Hunza, os moradores de Okinawa são muito
respeitados, valorizados e mantidos com integrantes da comunidade de um modo
geral. Mesmo com a idade avançada se sentem uteis para as comunidades, a qual
beneficiai significativamente a saúde mental e fisiológica. Okinawanos em idades
muito elevadas expressam facilmente altos índices de satisfação da vida. Mesmo
depois de aposentados os idosos de Okinawa sempre continuam ativos, essa ideia
se resume pelo conceito de 生き甲斐 ikigai, que em japonês
significa, proposito de vida, motivo para viver e razão para se levantar todos
os dias. De maneira literal ainda podemos dizer que é ‘‘motivo para respirar’’.
Figura 6 Moradores de Okinawa
Os moradores da ilha
da Sardenha, Itália, também são bastante longevos. A cada 100 mil habitantes da
ilha, 22 chegam aos 100 anos.
Ao contrário do resto do mundo, muitos dos homens não morrem antes das mulheres. Segue alguns segredos para se ter uma vida longeva e com saúde.
Ao contrário do resto do mundo, muitos dos homens não morrem antes das mulheres. Segue alguns segredos para se ter uma vida longeva e com saúde.
1 Mantenha-se ativo –
Um corpo e um cérebro sempre em atividade as celular resistem em não se
entregar a morte.
2 Coma menos – Estudos
americanos mostram que, quando ingerimos até 25% menos comida, o colesterol
total e o LDL (porção ruim), o triglicérides e a pressão arterial são reduzidos
e o peso fica estável.
3 Mantenha bons
laços de amizade – Tudo isso ajuda a prevenir doenças como a depressão.
4 Tenha contato com
a natureza – Uma das fontes de vida para nosso corpo, alma e espírito.
5 Respire ar fresco –
Uma das fontes de vida para nosso corpo, alma e espírito.
6 Sorria – Tudo isso
ajuda a prevenir doenças como a depressão.
7 Faça exercícios –
Dentre muitos benefício está a prevenção de doenças, devido ao aumento da
imunidade.
8 Beba água de qualidade
– bebida indispensável a saúde, em que a qualidade da pele e a disposição,
estão diretamente ligados ao consume de uma água boa.
9 Tenha gratidão – A
ingratidão afasta as pessoas, já a gratidão atrai coisas boas.
10 Busque contato
com a espiritualidade – Pessoas com estilo de vida saudável relatam a busca
pela paz interior através da fé.
11 Resiliência – Capacidade
que todos possuem de se reconstruir, resinificar, se adaptar a mudanças.
12 Durma bem – O bom
sono renova as células e revigora o corpo.
13 Mantenha o
ambiente ao seu redor sempre limpo e agradável – Além de promover doenças, um
ambiente sujo causa um mal estar em nosso interior.
14 Tenha o habito de
ler ou de estar sempre aprendendo algo novo – Uma mente que estar sempre ativa
os neurônios tendem a demorar mais a morrer.
15 Dê preferência
aos alimentos naturais, que saem da terra – De preferencia frescos, sem possível
sem agrotóxicos, e orgânicos.
16 Procure consumir
menos carne vermelha, e alimentos animais de um modo geral
17 Não vá para cama
tarde – A melatonina, hormônio que regula o sono, começa a ser produzida ao
entardecer e atinge seu pico por volta de meia-noite.
18 Pense positivo – O
pensamento positivo produz vida interior.
19 Tome banhos frios – Segundo os adeptos, ela aumenta a circulação, reforça o sistema imunológico,
melhora o humor e revigora. Embora banhos quentes relaxam o corpo e abrem os
poros, ele enfraquece a raiz do cabelo, deixando-o mais fino e quebradiço. Já o
banho frio traz vida, energia, alegria, bom humor etc.
20 Invista nos
integrais, nozes, soja, grãos no geral
21 Diminua o sal diariamente
22 Dê preferência a
relacionamentos pessoais ao invés dos virtuais
Francesco Jansen
Instagram: francesco.jansen
[1] BARNARD, Neal. New Study
Explodes the 'Eskimo Myth'. July 7,2014. Disponível em: .
Acesso em: 01 Out,2019.
[2] WILLCOX, Craig. SUZUKI, Makoto.
WILLCOX, J Bradley. The Okinawa Program : How the World's Longest-Lived
People Achieve Everlasting Health--And How You Can Too. Harmony. March
12, 2002.
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